Um dia destes num daqueles programas da manhã na televisão surpreendi o uso da expressão «alpinista social». É uma expressão de valor negativo que pretende significar alguém que ascendeu socialmente não por mérito próprio, mas à sombra de outros. Não deixei de meditar na contradição entre a expressão «alpinista social» e o valor referencial da palavra «alpinista», isto é, alguém que atinge o topo das montanhas firmado no seu próprio esforço.
Por associação de ideias, lembrei-me da expressão «elevador social», usada comummente em análises sociológicas, com valor positivo, para significar um indivíduo ou grupo que, mercê do seu esforço, consegue ascender socialmente.
Em suma, e referencialmente, o «alpinista» sobe com o esforço próprio; quem sobe através do «elevador» fá-lo com o esforço da máquina.
Não deixei de tirar a bissetriz: seria porventura mais lógico, atento o valor referencial dos substantivos «alpinista» e «elevador», a que depois se juntou o adjetivo «social», que «alpinista social» fosse a expressão de valor positivo e «elevador social» fosse a expressão de valor negativo. Mas não é.
Assim é o curso das palavras...
Por associação de ideias, lembrei-me da expressão «elevador social», usada comummente em análises sociológicas, com valor positivo, para significar um indivíduo ou grupo que, mercê do seu esforço, consegue ascender socialmente.
Em suma, e referencialmente, o «alpinista» sobe com o esforço próprio; quem sobe através do «elevador» fá-lo com o esforço da máquina.
Não deixei de tirar a bissetriz: seria porventura mais lógico, atento o valor referencial dos substantivos «alpinista» e «elevador», a que depois se juntou o adjetivo «social», que «alpinista social» fosse a expressão de valor positivo e «elevador social» fosse a expressão de valor negativo. Mas não é.
Assim é o curso das palavras...