«Cuidado com eles. Sinais vermelhos? Mentira, não existem. E o respeito a conduzir? Também não. É tudo ao molhe. Taxistas, motos, autocarros, carros...»
Marco Silva, Expresso, Primeiro Caderno, de 24 de outubro de 2015, p. 38.
A expressão «ao molho» significa em grande número, em grande quantidade, de maneira confusa e pouco planeada. Tem ainda outras equivalentes de cunho popular: «à molhada», «tudo ao molho», «todos ao molho», «tudo ao molho e fé em Deus». É possível que se trate de uma redução da expressão «aos molhos». Ao passo que «molhe» é o paredão que avança pelo mar dentro, à entrada de um porto, e que permite quebrar o ímpeto das ondas e servir de abrigo aos navios. O que ali se queria dizer era obviamente «ao molho» e não «ao molhe». Terá sido porventura um problema de transcrição motivado pela paronímia, ou seja, palavras com diferente significado, mas semelhantes na escrita e na pronúncia.